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No dia 14 de novembro, a sociedade brasileira precisa discutir um dos grandes vilões nacionais: o analfabetismo

                               Pesquisa do IBGE aponta que Brasil ainda tem 11 milhões de analfabetos  

O processo de alfabetização no Brasil apresenta uma série de desafios que foram se constituindo historicamente. Desde a década de 1980, com a democratização da Educação Básica, um dos pontos amplamente discutidos era, além de garantir acesso de todos à educação, garantir a qualidade educacional, sobretudo a alfabetização da população, já que os índices de analfabetismo eram bastante altos. 

Na semana em que se comemora o Dia Nacional da Alfabetização, celebrado em 14 de Novembro, especialistas ressaltam que, mesmo após 40 anos de política pública educacional, o fantasma do fracasso escolar ainda persiste e está camuflado de evasão e de reprovação, devido, principalmente, a falta de aquisição da leitura e da escrita tanto das crianças em início de escolarização, quanto de adultos que não acessaram à escola ou não avançaram em seus estudos. 

Segundo a pesquisa mais recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de analfabetismo no Brasil teve uma discreta melhora, saindo de 6,8%, em 2018, para 6,6%, no ano passado. Este novo índice foi retratado por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - PNAD Contínua. Mesmo com a diminuição, que representa aproximadamente 200 mil indivíduos, o país ainda conta com 11 milhões de pessoas que não sabem ler e escrever.  

Para Rafaela Marques, doutora em educação pela Universidade de Brasília (UNB), no caso do adulto, que já é socialmente letrado, a alfabetização plena permite que ele preencha lacunas de formação e tenha acesso a bens sociais e culturais antes inalcançáveis. A especialista afirma que o acesso à alfabetização também permite o exercício da plena cidadania por meio das práticas sociais que utilizam a escrita e a leitura, que são a maioria. 

“Assim, em nossa sociedade, estar alfabetizado é condição mínima para qualquer participação social ativa, desde a simples ação de pegar um ônibus, ao exercício de cidadania que é a votação nas eleições. Dessa forma, a inclusão e a escolarização de crianças e adultos analfabetos é a primeira etapa de um longo processo de superação de desigualdades sociais”, explica a especialista, que também faz parte da Rede Pedagógica - maior rede de educadores da América Latina. 

Incentivo via projetos sociais  

Com o objetivo de mudar essa triste realidade e transformar vidas, a Estácio elaborou o Programa de Alfabetização e Letramento para Jovens e Adultos, que já recebeu aproximadamente 500 alunos – entre jovens e pessoas da terceira idade — que moram nas comunidades adjacentes das unidades da instituição de ensino. Desde a sua criação, no primeiro semestre de 2018, há 2 anos, a iniciativa ganhou força e notoriedade no setor de educação.   

Por um período de quatro meses, os adultos e jovens têm aulas com estudantes dos cursos superiores de Licenciaturas da Estácio - como Pedagogia, Letras, História, Geografia e Matemática - com a participação dos próprios professores da instituição. As aulas acontecem no período noturno com duração de três horas por dia, duas vezes por semana, e são totalmente gratuitas para os alfabetizandos. 

Segundo Cláudia Romano, vice-presidente de Relações Governamentais, Sustentabilidade e Comunicação da Estácio, o projeto faz parte da missão da Estácio que é Educar para Transformar e reforça a diretriz de manter um relacionamento próximo e sustentável com a comunidade do entorno de suas unidades. Ainda de acordo com ela, a iniciativa também representa uma oportunidade única para os alunos da instituição, pois vão aprender na prática ao atuarem como alfabetizadores, o que sustenta o compromisso com a empregabilidade destes egressos.      

A metodologia foi desenvolvida de forma a incentivar e efetivar o aprendizado dos jovens e adultos, a promover a sua autoestima, a reconhecer as suas potencialidades e a evitar a evasão dos alfabetizandos. — Esses adultos se sentem excluídos por conta do analfabetismo e é muito comum que tenham o ímpeto de desistir. Por isso, atuamos de forma a apoiar os alunos a seguirem estudando, apesar das dificuldades — complementa Claudia.    

O Sistema Estácio de Alfabetização e Letramento agrega a alfabetização e letramento em língua portuguesa e matemática com a alfabetização e letramento midiático e informacional, e a modalidade de ensino presencial com o ensino a distância.      

História de superação  

Jesus Monteiro Lima, 56 anos, é um dos exemplos de história de superação e dedicação. O auxiliar de serviços de gerais tinha muita dificuldade em ler e escrever, e, diante desta situação, os colegas de trabalho do rapaz o incentivaram e inscreveram no projeto social de alfabetização da Estácio Brasília, o resultado, não foi outro: em quatro meses Jesus aprendeu a ler e escrever, compôs uma música em homenagem aos professores e colegas de classe, e hoje vive uma vida muito mais feliz.  

"O projeto de alfabetização da Estácio foi muito importante pra mim, graças a ele eu dei um grande passo em minha vida, que foi me alfabetizar, além de ter ganhado uma família durante o tempo que eu estive no curso, que eram meus colegas de sala, os professores e os funcionários da instituição, pois, todos eles me abraçaram e me ajudaram muito. Sou muito grato a eles, e, espero que esse projeto continue sendo divulgado para mudar vidas de várias outras pessoas, assim como transformou a minha", conta Jesus Monteiro Lima.

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