A doença requer diagnóstico precoce e tratamento rápido para melhorar a qualidade de vida das mulheres que sofrem com o problema
A endometriose é uma doença ginecológica que acomete mais de 7 milhões de brasileiras, causando a infertilidade em 30% delas, conforme a Associação Brasileira de Endometriose (SBE). Cerca de 15% das mulheres em idade reprodutiva (13 a 45 anos) sofrem com o problema. Um dos desafios observados nos consultórios é o atraso no tratamento por causa do diagnóstico tardio: uma média de oito anos após o aparecimento dos primeiros sintomas. No mês mundial de conscientização da doença, a Campanha Março Amarelo alerta as mulheres para os possíveis sintomas, diagnóstico precoce e tratamento adequado.
A ginecologista cooperada da Unimed-BH, Cristiana Fonseca Beaumord, explica que a endometriose é uma doença cujo diagnóstico precoce faz toda a diferença no futuro reprodutivo feminino. “É importante ficar atento aos sintomas e queixas das meninas desde a adolescência. Quanto mais cedo começar o controle adequado da doença, evita-se o comprometimento de órgãos, tecidos e a redução da capacidade fértil”.
A enfermidade ocorre quando implantes de endométrio aparecem fora do útero, em órgãos da região pélvica e/ou abdominal, como ovários, útero, no intestino e na bexiga. “Este tecido endometrial é hormônio-dependente e os implantes de endometriose levam a um processo inflamatório com repercussão que varia entre leve a grave”, esclarece a especialista da Unimed-BH.
Entre os principais sintomas estão cólicas menstruais intensas e, muitas vezes, incapacitantes, dores pélvicas crônicas, desconforto durante as relações sexuais e infertilidade. Cerca de 25% das mulheres com endometriose não apresentam sintomas, descobrindo o problema somente quando apresentam dificuldades para engravidar.
Causa e diagnóstico
Não se sabe a causa exata da endometriose, provavelmente, com origem multifatorial. A ginecologista faz um alerta: “quando a mãe ou a irmã de uma mulher tem antecedente de endometriose, devemos ficar atentos se a paciente apresentar alguma queixa”.
O diagnóstico é baseado em sintomas clínicos, associados a métodos de imagem, tanto a ultrassonografia transvaginal com preparo, quanto a ressonância magnética em centros especializados. “Por isso é tão importante a consulta de rotina ao ginecologista. A mulher com endometriose necessita de um tratamento humanizado e adequado para cada tipo de caso, podendo ser clínico, cirúrgico ou combinado”, conclui a cooperada.
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