Nutricionista da Anhanguera faz orientações para composição de lanches saudáveis para crianças
Um estudo inédito apresentado pelo
Ministério da Saúde em fevereiro de 2022 indica que uma em cada dez crianças
brasileiras de até cinco anos está com excesso de peso. Deste grupo, 7%
apresentam sobrepeso e 3% estão com obesidade, segundo o Estudo Nacional de
Alimentação e Nutrição Infantil. Ainda, segundo estudo da Universidade de São
Paulo publicado no Journal the Academy of Nutrition and Dietetics, o consumo de
alimentos ultraprocessados pode aumentar em 45% o risco de obesidade para
adolescentes.
Este cenário prejudica o crescimento
físico ideal e pode ocasionar o acometimento de doenças crônicas ao longo da
vida. Especialistas defendem que o hábito de uma alimentação saudável deve ser
adotado desde cedo.
A nutricionista e coordenadora do
curso de Nutrição
da Faculdade Anhanguera, Bruna Zacante, explica que os alimentos da lancheira
devem corroborar para uma alimentação saudável, com a inclusão de alimentos
minimante processados e especialmente dos in
natura. Assim, é importante que haja o consumo de cereais, frutas e
hortaliças. “Os ultraprocessados, ricos em sais, açúcares e gorduras, em geral,
não fornecem a qualidade tampouco a quantidade adequada de vitaminas e minerais
importantes para o desenvolvimento”, explica.
A fase infantil pré-escolar e
escolar é o período em que o crescimento acontece de forma lenta, porém
contínua. As carências nutricionais desse momento podem aumentar o risco de
infecções e promover alterações no sistema nervoso, o que pode acarretar
problemas mentais e intelectuais, além de desequilíbrios funcionais e
morfológicos. “É importante entender que os primeiros anos de vida são
fundamentais para criarmos uma base sólida no que diz respeito a construção de
hábitos alimentares saudáveis que farão parte ao longo de toda vida do
indivíduo”, reflete.
ESCOLHAS
Nas compras de supermercado, a
recomendação da nutricionista é a de identificar os ingredientes dos produtos
nos rótulos das embalagens. “O primeiro item na lista é o que tem maior
presença na receita. Sabendo disso, fica mais fácil avaliar qual a quantidade
de certo elemento vamos direcionar para os filhos”, orienta. “Nome de
ingredientes pouco conhecidos também devem ser evitados, por ser tratar
geralmente de corantes e conservantes, por exemplo”, completa.
Ainda segundo a professora, é
importante escolher as frutas, legumes e verduras da estação, que possuem mais
sabor e têm maior e tecnicamente maior densidade nutricional do que aqueles
cultivados fora de temporada. Esses alimentos costumam estar mais frescos, por
serem colhidos no clima e ambiente adequados, e podem ser mais acessíveis
economicamente.
LANCHEIRA
Para compor uma lancheira saudável
com o intuito de oferecer os principais micronutrientes para o desenvolvimento
infantil, a nutricionista sugere a composição de uma proteína acompanhada da
tríade de um líquido, para reposição das perdas em atividades físicas, uma
fruta e uma fonte de carboidrato, para fornecer energia.
“Para bebida, podemos incluir sucos, chás ou água de coco, preferencialmente sem açúcar. As melhores frutas para crianças são aquelas que podem ser comidas com a casca ou são fáceis de descascar, sempre bem higienizadas”, orienta. “Pães, bolachas simples e bolos caseiros também podem ser boas fontes de carboidratos. A proteína pode vir de queijos, requeijões e iogurtes, se for possível manter a temperatura adequada”, completa.