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Transtornos alimentares: pandemia aumentou os casos em 48%

 


 Mulheres jovens são maioria dos pacientes, alerta a nutricionista Larissa Cerqueira

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 5% dos brasileiros sofrem com algum tipo de distúrbio alimentar, podendo chegar a 10% na adolescência. Doenças relacionadas à alimentação podem gerar consequências para a saúde psiquiátrica, fator agravante no contexto pandêmico e pós pandêmico.


Uma pesquisa, analisada pelo International Journal of Eating Disorders apontou que durante a pandemia houve um aumento de 48% nas admissões hospitalares relacionadas a transtornos alimentares. A profissional Larissa Cerqueira explica a ligação entre este contexto e o desenvolvimento desse tipo de distúrbio. “As pessoas intensificaram suas características ansiosas e o distanciamento parece ter precipitado episódios de compulsão alimentar. A sensação de falta de controle em relação a esse comportamento é um dos parâmetros para o diagnóstico, assim como pode estar atrelado a um desejo inconsciente de preencher um vazio emocional’, diz a nutricionista.


Vários comportamentos durante a crise sanitária provocada pelo novo coronavírus foram considerados potenciais fatores de risco para o desenvolvimento de distúrbios alimentares. Estudos associam estresse e sintomas de ansiedade à maior ocorrência de comportamentos prejudiciais à saúde alimentícia e de controle de peso. Insegurança alimentar, sintomas depressivos elevados e dificuldades financeiras foram os principais fatores relacionados a maiores chances de compulsão por alimentos.

Além disso, passar muito tempo em casa trouxe mais um problema: o uso constante das redes sociais. A presença online desmedida pode ser prejudicial de diversas formas e, nas palavras de Larissa Cerqueira, é uma fonte frequente de exposição de corpos definidos, atléticos e magros com requintes de gordofobia, porém com enorme estímulo ao consumo de alimentos calóricos e pouco nutritivos. “Toda essa confusão associada à redução expressiva da atividade física e o medo do contágio afetaram o padrão alimentar e a saúde mental de forma geral”, completa a médica.


É importante ressaltar que a má relação com a comida causa doenças de grande complexidade e o tratamento não tem um prazo específico para ser finalizado, uma vez que envolve não só questões físicas, mas principalmente mentais. Os primeiros sinais podem ser observados por amigos, pela família ou pela pessoa adoecida, mas o diagnóstico deve ser realizado por um profissional e o tratamento iniciado o quanto antes.

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