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Desperdício de alimentos está diretamente ligado às emissões de gases de efeito estufa

Em um mês, o programa Desperdício Zero reduziu em 76 quilos a quantidade de alimentos desperdiçados no Bistrô do Grupo Marista e no restaurante do Hospital Universitário Cajuru
Créditos: divulgação

Projeto implantado em refeitório corporativo e de hospital busca diminuir desperdício de comida entre frequentadores; em um mês, redução foi de 76 quilos

Uma estimativa do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) mostra que 17% dos alimentos disponíveis aos consumidores vão diretamente para o lixo. Os dados indicam que as perdas e os desperdícios alimentares são um problema global e responsáveis por até 10% das emissões de gases com efeito de estufa. Por isso, desde 2019, a Organização das Nações Unidas (ONU), instituiu o Dia Internacional de Conscientização sobre a Perda e o Desperdício de Alimentos, comemorado no dia 29 de setembro. 

As consequências dos restos de alimentos desperdiçados são sentidas na tripla crise planetária, que envolve as mudanças climáticas, a perda da natureza e a poluição, e que afeta toda a população. Segundo a Embrapa, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, de 140 milhões de toneladas de alimentos produzidos por ano, 26,3 milhões são desprezadas, mesmo com 14 milhões de pessoas passando fome no Brasil. No mundo todo, em 2020, eram 811 milhões de pessoas afetadas pela fome, número que teve um aumento significativo devido à pandemia. 

“Essas são informações preocupantes e precisam ser usadas como alerta para todos os envolvidos nesta cadeia, desde os produtores até o consumidor final. Além do nosso desperdício diário, cerca de 14% dos alimentos produzidos para consumo global são perdidos a cada ano, entre a colheita e o varejo, ou seja, é algo muito maior do que imaginamos. E é com base nessas estatísticas que precisamos propor novos modelos de consumo”, observa a analista de Sustentabilidade Sênior do Grupo Marista, Elãine Cristina de Souza Kurscheidt.

Primeiros passos para grandes mudanças

E esse alerta começa a chegar ao ambiente corporativo. Empresas vêm buscando formas de conscientizar suas equipes sobre a participação de cada pessoa para que esse ciclo mude. No Grupo Marista, o Projeto Desperdício Zero foi criado para incentivar novas práticas de consumo consciente. A ação, que teve início no mês de julho, envolve o bistrô do Grupo e o restaurante do Hospital Universitário Cajuru, ambos localizados na cidade de Curitiba (PR). O objetivo é conscientizar os frequentadores sobre o impacto do desperdício de alimentos deixados nos pratos durante as refeições. 

Além de material informativo distribuído nos locais, uma simulação feita com alimentos - como sacos de arroz, feijão, e outros produtos não perecíveis - mostra a quantidade, em quilos, desperdiçada por mês. As pilhas de produtos são colocadas na entrada dos restaurantes para alertar sobre o volume de alimento jogado no lixo. Em um mês, o programa já reduziu em 76 quilos os alimentos desperdiçados nos dois restaurantes. Somente no bistrô, a redução do desperdício foi de 50 quilos de alimento, mesmo com o aumento de quatro mil refeições no período de 30 dias devido à retomada das idas presenciais dos colaboradores. 

“Muitos colaboradores vinham nos abordar relatando que não imaginavam que o desperdício era tão grande. Além dessa ação com os usuários dos restaurantes, também fizemos ações de conscientização com a equipe da cozinha sobre o descarte correto dos resíduos, além de inspeções mensais para a validação do descarte adequado. Na sequência, nosso próximo projeto será a conscientização dos clientes para o uso consciente dos copos descartáveis”, conta a coordenadora de Nutrição do Grupo Marista, Patricia Conter Lara Prehs.   

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