Senador Mecias de Jesus questiona presidente do Banco Central sobre os impactos dos juros altos no país
Foto: Pedro Oliveira.
O que é necessário para reduzir a taxa básica de juros (Selic), e consequentemente diminuir o seu impacto sobre os mais pobres e aumentar a oferta de emprego, foi um dos questionamentos recorrentes dos senadores da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), que nessa terça-feira (25) ouviram explicações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Isso porque desde agosto de 2022, a taxa tem se mantido em 13,75%.
O líder do Republicanos no Senado, Mecias de Jesus, pontuou sobre os efeitos da Selic alta na vida da população brasileira.
“Precisamos de uma queda nessa taxa para acelerar o crescimento da economia do país. Os mais humildes são os mais afetados com essa alta, porque diminui o poder de compra”, analisou o senador.
O presidente do BC explicou que entre as causas para os juros altos estão a "baixíssima taxa de recuperação de crédito pelos bancos" (alta inadimplência); "baixa taxa de poupança"; "dívida bruta acima da média"; "percepção de risco"; e "alta proporção de crédito direcionado" a grupos específicos (em vez de um crédito geral, a partir do mercado de capitais).
Ele acrescentou que "nunca na história desse país, nem na história do mundo, foi feito um movimento de aumento de juros tão grande no período eleitoral", como em 2022, devido à previsão de crescimento da inflação. Ele negou viés político nas decisões do Banco.
“O Banco Central, mesmo no período eleitoral, entendeu que a inflação ia subir, entendeu antes de grande parte dos outros países, porque o Banco Central foi um dos primeiros a subir juros, mas fez uma subida muito grande no ano eleitoral”, afirmou Campos ao posicionar que se não tivessem aumentado a Selic, a inflação em 2022 seria de 10%, e não de 5,8% e, para controlar a inflação precisaríamos estar com juros de 18,75%.