Artigo por Ana Alice Limongi, Diretora de Pessoas e Cultura da NEO
A presença feminina no ambiente corporativo é
fundamental para garantir a diversidade. Esta é uma verdade incontestável. Indo
além dos discursos de equidade de gênero e de inclusão nas empresas (que são
importantes, mas óbvios), é importante refletirmos sobre outros dois aspectos.
O primeiro, que é como a presença das mulheres em posições de liderança é
importante para incentivar e inspirar outras profissionais a seguirem uma
carreira e a buscar oportunidades de desenvolvimento pessoal. E o segundo, se
você, mulher, sabe o valor profissional que tem, e se é valorizada da forma como
merece.
Valorizar a mulher no ambiente corporativo, como
podemos perceber, vai (muito) além de oferecermos flores e chocolates. Trata-se
de criar oportunidades, que podem trazer benefícios tangíveis, tais como uma
melhor performance financeira, um aumento da inovação e um melhor desempenho
geral nos negócios. Além disso, a organização que entende essa premissa tem
mais capacidade para atrair e reter talentos e uma melhor reputação junto aos
consumidores.
Em paralelo, e tão importante quanto, é a
valorização interna. Cada uma de nós precisa conhecer e entender o seu próprio
valor, saber quais são as nossas competências e como fazer o melhor uso de cada
uma delas. Em um contexto em que as soft skills, ou seja, as habilidades
comportamentais deixaram de ser apenas desejáveis e se tornaram essenciais
especialmente para os postos de liderança, muita gente ainda se engana por
acreditar que a doçura - tão associada ao sexo feminino - seja nossa maior
habilidade socioemocional.
Na verdade, o “super poder” feminino é o
coeficiente de inteligência emocional, que tem como pilares a autoconsciência,
a autorregulação e a autodireção. No estudo State
of Heart 2021, ficou claro que, apesar de homens e mulheres terem igualmente um
quociente emocional, a mulher tem mais empatia quando gestoras e apoiamos o
bem-estar dos funcionários, quando comparadas aos homens. Quem lida bem com as
emoções consegue se destacar e crescer nas organizações. Sem assumir
personagens, mas reunindo as habilidades necessárias para lidar com os
desafios, sejam estes quais forem.
Por último, é fundamental que estejamos
embasados em dados a fim de aferir avanços e retrocessos. E usar esses números
com a inteligência estratégica necessária. Se eu posso me arriscar a dizer o
que falta para tudo isso acontecer, ouso responder que falta vontade genuína de
fazer as tão urgentes e necessárias mudanças.