Dores e dificuldade para andar inviabilizam atividades simples para pacientes; tecnologia navegada tem devolvido mobilidade e qualidade de vida a essas pessoas
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Samanta Pinto dos Santos, de 38 anos, teve sua vida transformada há quase seis anos, quando começou a sentir fortes dores no quadril durante as caminhadas que fazia com o marido. O diagnóstico revelou um caso atípico de necrose na cabeça do fêmur. Nessa época, ela ainda não imaginava que entraria para uma estatística que mostra um aumento crescente no número de pessoas que precisam se submeter a uma cirurgia de quadril.
Samanta conta que, durante algum tempo, tentou um tratamento medicamentoso intensivo, mas que não surtiu o efeito esperado. Com isso, ela passou por uma cirurgia convencional no quadril do lado direito, em Joinville, onde morava. “A primeira cirurgia foi um sucesso, a prótese nunca deu problema. Passei a fazer quase tudo com bastante cuidado, inclusive, caminhar e andar de bicicleta”, diz.
Durante o período pós-cirúrgico, Samanta ficou sem dores, mas percebeu que sua qualidade de vida diminuiu novamente no ano passado, quando os mesmos sintomas surgiram no quadril do lado esquerdo. “Eu não podia pegar minha filha no colo, trocar fraldas ou dar banho nela, assim como cuidar dos afazeres dentro de casa, nem me abaixar, levantar ou pegar coisas que estavam debaixo da cama. Até para passear com a minha família era bem complicado. Eu ficava desanimada porque sabia que eu ia sentir dor e mancaria”, relembra.
Desta vez, no entanto, o processo cirúrgico seria diferente, com a utilização de uma tecnologia que vem ganhando espaço como alternativa para devolver a mobilidade e a qualidade de vida aos pacientes. Há um mês, Samanta se submeteu a uma cirurgia com o auxílio do navegador Velys, no Hospital São Marcelino Champagnat, em Curitiba (PR). Ela relata que a recuperação está mais rápida se comparada ao primeiro procedimento. Uma das razões para isso pode estar ligada à precisão do procedimento de colocação da prótese, que auxilia na amplitude dos movimentos e permite aperfeiçoar o resultado funcional.
“Hoje em dia, sou uma pessoa feliz. Aquele drama que eu vivia antes de sentir dor e tomar muitos remédios, não existe mais. Fiz a segunda cirurgia e recebi alta no terceiro dia de hospital. Passei mais três dias descansando em casa, mas no quarto dia já me sentia bem e comecei a andar de muletas. Falei para o médico que já estava andando quase normalmente, mas ele me orientou a ter mais cuidado, porque o resultado completo leva, em média, três meses. A melhor decisão que eu poderia ter tomado foi ter feito esse procedimento”, comemora.
Crescimento dos casos demanda inovação tecnológica e equipe capacitada
Em 2022, foram realizadas 466 cirurgias de quadril no Hospital São Marcelino Champagnat. Com o número de casos em crescimento, o apoio para esses procedimentos chegou no início de 2023, quando as equipes passaram a contar com um grande aliado: o navegador Velys, que garante maior precisão no posicionamento e implantação da prótese. “O navegador permite ao cirurgião observar a posição correta da prótese durante o procedimento e realizar ajustes, se for o caso, em tempo real. Isso traz melhores resultados para essa cirurgia, que já é reconhecida mundialmente, aumentando a durabilidade, melhorando a funcionalidade da prótese e prevenindo possíveis complicações”, comenta o médico ortopedista Josiano Valério.
Esse tipo de procedimento é indicado para pacientes que apresentam artrose na articulação do quadril ou que sofreram fratura do colo do fêmur. “Geralmente, os pacientes necessitam de tratamento cirúrgico para colocação de uma prótese por apresentarem queixas de dores constantes e intensas, associadas à perda de movimento no quadril, o que resulta em uma perda considerável da qualidade de vida”, explica o médico.
O uso do aparelho de radioscopia junto com o Velys possibilita um planejamento cirúrgico preciso antes da operação, tornando o procedimento mais assertivo. “A combinação da inovação tecnológica com a experiência da equipe oferece grandes benefícios aos pacientes, como no caso de Samanta”, finaliza.