Com
imersão no conhecimento, mas sem deixar a emoção de lado, o Simpósio proporcionou
ao público muita informação e inspiração
Durante três dias, mais de 350 gestores, colaboradores
e cooperados do Sistema Unimed participaram de palestras e debates na 25ª edição do Simpósio das Unimeds do Centro-Oeste e
Tocantins (25º Sueco), realizado nos dias 13, 14 e 15 de setembro,
pela Unimed Federação Centro Brasileira, com cocriação da Unimed Federação Mato
Grosso do Sul e Unimed Mato Grosso.
O presidente da Unimed Federação Centro Brasileira,
Danúbio Antonio de Oliveira, explicou que cada detalhe da programação do 25º
Sueco, que teve como lema “Imersão e Emoção”, foi pensado para abordar temas
que pudessem contribuir com a gestão, superação de desafios e sustentabilidade
das cooperativas.
“As mudanças frequentes na saúde complementar e os
desafios do mercado nos exige a atualização de conhecimentos. As cooperativas
ainda precisam dialogar e entender as necessidades dos cooperados. Portanto,
temos a confiança de que, com o compartilhamento de informações, sairemos daqui
mais preparados do que nunca ", afirmou.
A abertura oficial do encontro aconteceu na noite do
dia 13, durante um jantar de celebração. Para dar as boas-vindas a todos,
estiveram presentes o presidente da Unimed Centro Brasileira, Danúbio de
Oliveira; o presidente da Unimed Goiânia e vice-presidente da Federação, Sérgio
Baiocchi; o presidente da Unimed do Brasil, Omar Abujamra; o presidente da
Unimed Nacional, Luiz Paulo Coimbra; o presidente da Unimed Mato Grosso,
Maurício Simões; o presidente da Fundação Unimed, Unimed Seguros e Faculdade
Unimed, Helton Freitas; o presidente da Unimed Participações, Adelson Severino
Chagas; e a diretora Administrativa da Unimed Mato Grosso, Flávia Lúcia
Gonçalves.
Também prestigiaram o evento a secretária adjunta da
Saúde do Estado de Goiás, Ana Maria de Sousa Arruda; e o presidente da
Associação Médica de Goiás (AMG), Washington Ferreira Rios. O presidente do
Sistema OCB/Sescoop Goiás, Luís
Alberto Pereira, participou das atividades vespertinas.
Durante os discursos de abertura, a intercooperação
foi muito abordada e, de acordo com o presidente da Unimed Federação Centro
Brasileira, Danúbio de Oliveira, essa é uma missão do Sueco.
"Vamos apresentar temas que impactam o nosso dia
a dia e que também serão importantes no futuro. Essa atualização é mais do que
necessária, pois somos os guardiões dos serviços de saúde que as nossas
cooperativas oferecem" afirmou ele.
A diretora Administrativa da Unimed Mato Grosso,
Flávia Lúcia Gonçalves, também comentou sobre a necessidade de reuniões como a
promovida pelo Simpósio. "Eventos como esse são fundamentais para que as
nossas cooperativas mantenham a contínua evolução", mencionou ela,
acrescentando que as relações devem sempre ser voltadas ao Jeito de Cuidar
Unimed.
O presidente da Unimed do Brasil, Omar Abujamra,
comentou sobre o cenário desafiador da saúde suplementar no país. "Nós
iremos superar e o Sueco mostra a necessidade de debater sobre assuntos
relevantes. Ressalto, portanto, a imensa satisfação em participar desse evento
que preza pela qualidade técnica".
Mas nem só de debates foi feito o 25º Sueco. Shows com
os cantores Pádua e Mayra, jantar, happy hour, espaços para bate-papo, uma
Feira de Negócios com a participação de grandes apoiadores do evento, dentre
eles fornecedores de produtos e serviços para as cooperativas e muitas
oportunidades de confraternização também fizeram parte da programação.
Confira
um pouco de cada palestra do 25º Sueco
O
cenário econômico e a reforma tributária
Mapear o cenário econômico atual foi o tema que deu
início ao Simpósio. O consultor econômico, mestre e doutor em Economia, Alexandre Schwartsman, mostrou os últimos
dados da economia brasileira, como a queda persistente da taxa de desemprego,
mas em contraste com Produto Interno Bruto (PIB) baixo.
Tal situação não contribui com a vontade do Governo
Federal de aumentar a receita para zerar o déficit público. “Continuamos
aumentando os impostos, mas sem reduzir os gastos. É como enxugar gelo”,
esclareceu ele, que também lembrou que 90% dos gastos públicos já estão
pré-determinados.
Schwartsman mostrou estudos que revelam que ajustes
focados na redução da despesa promovem mais resultados no endividamento público
do que aqueles que se voltam para o aumento da arrecadação.
Em meio a esse contexto, há ainda a tramitação da
Reforma Tributária. O advogado, doutor em Direito Tributário e especialista em
Direito Empresarial, João Caetano Muzzi Filho, apresentou o cronograma da
implementação de cada ponto do novo sistema tributário, de acordo com o
estimado pela Proposta de Emenda à Constituição (PEC).
Ele explicou ainda que, na confluência de modelos, ou
seja, as especificidades de cada mercado, os serviços de saúde terão redução de
60% na alíquota padrão, mas é incorreto dizer que as cooperativas não pagam
impostos.
“O sistema cooperativista precisa de uma visão
holística, porque na cadeia de serviço, o imposto já é cobrado na figura do
cooperado”, alertou, pois o ato cooperativo está no repasse dos recursos ao cooperado.
O especialista também apresentou os detalhes da prevista união de impostos e
como serão as cobranças de cada um, principalmente os que incidem na área
médica.
A
arte de emocionar
O primeiro dia do 25º Sueco também contou com momentos
artísticos: o maestro João Carlos Martins comandou a palestra “A arte de emocionar”. “Eu
acredito que todos temos uma missão na vida e a minha é transmitir emoção”,
afirmou.
Ele contou um pouco sobre sua trajetória como pianista
e os contratempos vividos em razão de uma doença degenerativa que gerou a perda
dos movimentos das mãos. Contudo, já na sexta década de vida, conseguiu se
reinventar profissionalmente e se tornou maestro, além de se adaptar ao uso de
luvas especiais para continuar tocando.
“Você tem que saber que existem obstáculos possíveis
de serem superados, mas outros, Deus nos dá e nos resta aceitá-los com
humildade”, ensinou, enfatizando que devemos sempre buscar fazer o melhor. “A
vida é feita de desafios e você deve impor a você mesmo o que fazer para chegar
lá”.
Entre um relato e outro, o maestro João Carlos Martins
prestigiou a plateia com várias apresentações, o que fechou com chave de ouro o
primeiro dia de aprendizados.
A
proteção de dados nas cooperativas de saúde
Segurança da informação não é responsabilidade apenas
de um grupo da empresa: foi com esse alerta que João
Lucas Saldanha, Head of Privacy e Data Protection Officer (DPO) na
Tripla, empresa de serviços e consultoria em TI, iniciou sua palestra sobre a
importância desse cuidado e os principais riscos de privacidade nas
cooperativas de saúde.
“Em um mundo hiperconectado, uma ameaça digital também
é uma ameaça a todos os aspectos da nossa vida. Costumamos pensar que segurança
da informação é assunto apenas de empresas, mas não. O nosso principalmente
mecanismo para nos comunicarmos é pelo digital”, afirmou o especialista, que é
pós-graduado em Direito Digital e Compliance, durante sua apresentação no palco
Imersões, no segundo dia do 25º Sueco.
Todavia, os dados relacionados à saúde são ainda mais
sensíveis. “Quando um hacker sequestra o sistema de uma instituição de saúde,
ele sabe que está lidando com informações vitais, literalmente”, exemplificou
ele. Além disso, o hospital também está mais inclinado a pagar o valor exigido
para obter seus dados de volta.
Um dos fatores que deixa esse setor ainda mais
vulnerável é o senso de urgência sempre presente. Existe ainda uma grande
variedade de profissionais em uma só instituição de saúde.
Porém, nem sempre as condutas de informação são apenas
aquelas que envolvem a tecnologia. Um tipo de golpe que João Saldanha relatou é
o do golpista ligar para os familiares de pacientes, se passando por médico, e
solicitar o pagamento de um suposto procedimento extra necessário.
Em situações assim, o paciente pode culpar o hospital.
Por isso, é importante que os colaboradores do local também tenham consciência
a respeito de ações criminosas como essa para orientar as pessoas e evitar os
danos.
“Ferramentas de segurança, como softwares, são
fundamentais, mas capacitações (dos colaboradores) costumam até sair mais em
conta. É assim que construímos uma sociedade mais consciente sobre a segurança
da informação”, comentou.
Segundo João Saldanha, são atitudes simples que geram
grandes recompensas de proteção, como instruir as equipes a terem senhas fortes
em seus acessos, não enviar arquivos pelo Whatsapp e não deixar documentos
visíveis, por exemplo. “Sejam os agentes que participam ativamente nas
melhorias de segurança da informação”, finalizou ele.
Mundo
interconectado
“O que nos trouxe até aqui pode não ser relevante para
nos levar adiante”. A declaração é do professor, palestrante, autor e coautor
de obras, como “Gestão do Amanhã”, Sandro Magaldi,
que participou do segundo dia do 25º Sueco, abordando o tema “Plataformas e
ecossistemas: como ter sucesso em um mundo interconectado”
Magaldi ressaltou que vivemos em uma era única e
desafiante da história, onde a velocidade das mudanças ocorre em um nível
avassalador. Em meio a essa dinâmica, ele observou que o setor de saúde
continua a crescer, apesar dos desafios da economia global, destacando a resiliência
e a adaptabilidade como fatores-chave para o sucesso.
O palestrante também citou a era do empoderamento do
cliente, na qual os consumidores têm acesso a mais informações e opções do que
nunca, e enfatizou que a sociedade, muitas vezes, não foi preparada
adequadamente para esse novo paradigma, e que é imperativo repensar as
estratégias para atender às necessidades dos clientes nesse contexto.
Ele destacou exemplos de empresas que desapareceram
por não conseguirem se adaptar às mudanças, fazendo uma referência marcante à
Blockbuster e outras gigantes já extintas. Segundo ele, a verdadeira ameaça não
reside na tecnologia, mas na resistência das pessoas em enfrentar as mudanças
exigidas pela inovação.
"Inovação é o novo imperativo estratégico que
envolve todo o sistema de gestão", declarou Magaldi. A capacidade de
inovar, segundo ele, é essencial para o sucesso das organizações no mundo
interconectado de hoje.
Um dos pontos centrais da palestra foi a importância
dos líderes nas organizações. Magaldi destacou que os líderes são fundamentais
para fortalecer a organização, mas também devem estar dispostos a mudar e se
adaptar, uma vez que são os "faróis da transformação". Eles têm a
responsabilidade de liderar pelo exemplo, explicar o porquê das mudanças e
serem responsáveis e generosos em sua abordagem.
A palestra de Sandro Magaldi deixou uma impressão
duradoura em todos os presentes, lembrando a todos da importância de abraçar a
mudança, liderar com coragem e continuar aprendendo para prosperar em um mundo
cada vez mais interconectado e dinâmico.
Impulsionando o engajamento dos colaboradores
Professor da
Universidade de São Paulo (USP), com vasta experiência na área de Administração
e ênfase em Administração de Recursos Humanos, Joel
Dutra ministrou uma palestra
inspiradora sobre "O papel do líder mentor no engajamento dos
colaboradores".
Falando para
um público em busca de estratégias para maximizar o desempenho de suas equipes,
ele estimulou profundas reflexões sobre o papel do líder no desenvolvimento das
pessoas dentro de uma organização e ressaltou que a atuação de cada líder e
cada colaborador tem impacto no trabalho do colega.
Joel Dutra
observou que colaboradores satisfeitos com a empresa tendem a ser mais
produtivos e engajados e destacou que os líderes têm a responsabilidade de
criar um ambiente propício para isso.
Outro ponto
abordado pelo palestrante foi a necessidade de os líderes serem guiados pelos
seus valores e pelos valores da organização, mantendo a coerência na
diversidade. Ele argumentou que a diversidade é uma riqueza nas organizações, e
os líderes desempenham um papel fundamental em criar um ambiente inclusivo.
A
importância de manter as pessoas focadas no essencial e estimular o
desenvolvimento dos pontos fortes de cada indivíduo foram outros pontos citados
pelo professor, que argumentou que, ao alavancar as habilidades naturais de
seus colaboradores, os líderes podem alcançar resultados excepcionais.
Outra
ferramenta essencial para o sucesso, segundo Dutra, é o estímulo e a criação de
condições objetivas para o compartilhamento de informações, conhecimento e
experiências dentro da equipe. Ele enfatizou que a aprendizagem com base na
experiência é uma característica fundamental dos líderes gestores.
Branding
em tudo
Como criar uma marca com consistência? Para Galileu Nogueira, especialista em Branding e
mentor de bootcamp de Inteligência Digital da Miami Ad School, a chave é o
branding, ou seja, o conjunto de ações para elaborar a identidade da marca e
deixá-la na mente dos consumidores.
Galileu foi o responsável pela palestra “Branding em
tudo”, no palco Imersão do 25º Sueco. Logo no início da apresentação, ele
mostrou algumas imagens com elementos em falta, mas as marcas podiam ser
identificadas facilmente.
Isso foi possível porque essas empresas investiram em
uma consistência visual, como uma cor específica, letra e outros elementos,
sempre apresentados repetidamente ao público, gerando a associação à marca.
“No universo que estamos hoje, de grande concorrência,
a associação é fundamental. Caso contrário, raramente a nossa marca será a
escolhida”, alertou.
Porém, o especialista relatou que são poucas as
empresas que decidem investir em branding e se destacar no mercado, o que é
perigoso em um cenário competitivo, em que 363 mil marcas foram registradas em
2022, segundo um levantamento do Instituto Nacional da Propriedade Industrial
(INPI).
“Todos os dias, entra uma marca nova no mercado, uma
start-up de saúde e uma seguradora. Quando o consumidor não gosta de alguma
coisa, ele pode trocar facilmente”, afirmou.
Portanto, o passo a passo para conquistar a associação
da marca é:
●
Construção de
mensagem: decidir qual é o principal foco da empresa, como segurança, qualidade
e outros;
●
Tempo: não se
constrói uma marca forte do dia para a noite, o cliente precisa conviver com
ela para poder se acostumar;
●
Frequência: criar
uma periodicidade de divulgação;
●
Consistência:
manter os elementos de identificação;
●
Relevância:
mostrar ao público o porquê da sua marca ser importante. Afinal, a Pesquisa
Officine Sophie, apresentada por Galileu, revelou que 74% dos consumidores não
se importariam se uma marca deixasse de existir.
Tudo isso resulta em três pilares: mensagem, expressão
visual e expressão verbal.
“Quando falamos em Unimed, queremos mostrar ao
beneficiário que ele estará adquirindo segurança em saúde? Caso sim, tudo que
for divulgado deve ter esse foco”, exemplificou o especialista. Ele mencionou
ainda que essa abordagem também deve ser usada até nos eventos que a empresa
decide patrocinar.
Por fim, há a pauta de diversidade e inclusão, pois os
clientes já têm a expectativa de que a marca invista positivamente na
sociedade. “Essa estratégia está cada vez mais em alta, pois é por detalhes que
a sua marca não é escolhida e, quando temos tantas marcas oferecendo serviços
semelhantes, são os valores que nos diferenciam”, aconselhou.
Humanizar relações e alcançar o sucesso
De uma forma descontraída e muito inspiradora, o escritor, palestrante e especialista em treinamento, Alexandre Slivnik, apresentou ao público o que muitos buscam insistentemente: a fórmula do sucesso das empresas. E o caminho, segundo ele, não é tão difícil quanto pode parecer. A receita? “Humanizar as relações”, ensina.
Na palestra "O Poder da Atitude", Slivnik
falou sobre a importância desta humanização nas relações dentro das empresas e
seu impacto direto no sucesso organizacional. Um sorriso, um bom dia, um
cumprimento ao encerrar o e-mail, tentar se colocar no lugar do outro e
entender suas necessidades são gestos simples que podem fazer toda a diferença
na conquista do cliente.
E como o gestor pode estimular esse comportamento? Um
dos caminhos é entendendo as pessoas e respeitando as suas diferenças. “As
empresas são formadas por pessoas e a diversidade entre elas não é um problema,
mas uma riqueza”, disse.
Slivnik ressaltou que os gestores precisam entender o
ser humano para construir relacionamentos significativos e bem-sucedidos. Ele
apontou um estudo que demonstra que empresas que se destacam pela humanização
são as mais bem-sucedidas no longo prazo. E a humanização não exige grandes
investimentos financeiros, mas sim empatia e atenção aos detalhes.
O encantamento do cliente externo, segundo Slivnik, é
uma consequência direta do encantamento do cliente interno e os líderes têm o
compromisso de serem exemplos para suas equipes. “Cada contato com o cliente ou
colaborador deve ser visto como único, valorizando as relações interpessoais”,
ensinou.
Outro ponto abordado pelo palestrante foi o papel do
líder como reconhecedor das atitudes positivas da equipe. "O líder deve
elogiar atitudes positivas, valorizando o esforço e o comprometimento de
todos", afirmou Slivnik. A palestra foi um verdadeiro catalisador para uma
nova era de relações empresariais, onde a atitude positiva e a empatia surgem
com motores do sucesso.
Desafios
e benefícios da telemedicina
A saúde 4.0 e os novos processos da telemedicina foram
abordados na palestra “Desafios e benefícios da telemedicina”, no palco
Imersão, pelo médico oftalmologista e doutor em Ciências pela Universidade de
São Paulo (2009) com foco em Telemedicina, Alexandre
Taleb.
Ele contou que a autorização de consultas à distância
durante a pandemia de covid-19 aconteceu porque a telemedicina já tinha sido
muito estudada antes. Todavia, não é só esse aspecto tecnológico que precisa de
atenção.
Não faltam equipamentos para o monitoramento da saúde,
que vão dos mais simples smartwatches que verificam a frequência cardíaca até
dispositivos que analisam qual paciente tem mais risco de desenvolver câncer de
mama.
As casas também se tornarão digitais, como o sensor de
monitoramento de idosos, que pode alertar em caso de quedas. “Nós iremos
transformar os nossos lares em centros de cuidados, muito mais adequados no
fator psicológico”, afirmou ele, a respeito da tendência “home hospital”, ou
seja, hospital em casa.
Em meio a isso existe ainda o “médico do futuro”, que
deve saber como utilizar todos os dados obtidos por esses dispositivos para
cuidar do seu paciente. Segundo Alexandre Taleb, esse profissional precisa entender
que o papel dele vai além do que aprendeu na faculdade, mas incluir os soft
skills para o cuidado que cada pessoa requer.
“Porém, ainda temos muito o que fazer, mas não podemos
esquecer que não só vivemos no mundo físico. Temos uma vivência física e
digital. Por isso, precisamos levar essa digitalização para todo o país. Essa
tarefa não é para o futuro, é para agora”, defendeu o especialista, que é
professor de Telemedicina na Universidade Federal de Goiás (UFG).
As
contribuições do PEP Unimed
Em continuidade da imersão nas tecnologias em saúde,
foi apresentado o Prontuário Eletrônico do Paciente Unimed (PEP Unimed), em
palestra com o gestor de saúde e consultor médico da plataforma, Cloer Vescia Alves.
Ele mostrou que a premissa é simples: um paciente e um
único prontuário. Porém, há o desafio de captar todas as informações de saúde
em tempo real. “Alguns médicos aferem a pressão e anotam o resultado em um
papel”, exemplificou ele sobre o problema.
A ferramenta, portanto, reúne possibilidades para
incentivar a reunião dos dados, com espaço para anamnese, chat integrado para
telemedicina, conferência integrada do prontuário, captura de imagens do
paciente, sumário clínico completo e outras ferramentas.
O PEP, portanto, visa também manter uma maior
proximidade entre médico e paciente. “Nós não teremos mais pacientes, mas sim
autores do próprio cuidado e eles precisarão entender como utilizar todos os
dispositivos que avaliam a saúde. Esse é o momento em que o sistema Unimed está
e, com certeza, irá evoluir mais”.
O
que é impossível para você?
Para finalizar o segundo dia do 25º Sueco, Marcos Rossi mostrou que nada é impossível. Ele nasceu sem braços e pernas, mas, relatou: “nunca me impedi de sonhar e atrair as coisas que eu queria para a minha vida. Eu não tenho nada, mas faço tudo. Já a maioria das pessoas tem tudo, mas decide não fazer nada. Ser feliz é uma decisão”.
Ele mencionou como colocamos a culpa na falta de
recursos para buscar o que é desejado, mas ao olharmos apenas no que falta,
surge a sensação de incompletude. “O recurso mais poderoso do universo é a
emoção humana”.
É essa emoção que promove a energia necessária para
cumprir com os sonhos, apesar de que as dificuldades sempre existirão. “Eu
sempre tive pedras na minha vida, mas decidi parar de reclamar”.
A partir disso, Marcos comentou que, ao não reclamar,
surge um estado de graça pelas pequenas coisas. Todavia, ele não deixou este
ensinamento apenas na teoria. Em uma palestra dinâmica, incentivou os
participantes a refletirem sobre o que deve ser prioridade e, assim, não se
deixar abater por pequenos contratempos.
“No final das contas, o que todo mundo quer é
resultado, que é uma equação matemática: preparação mais oportunidade e menos a
voz interna do medo”. Segundo ele, a preparação não deve parar e, quando a
oportunidade aparecer, é preciso aproveitá-la. Além disso, é preciso entender
que o medo faz parte do processo, mas é preciso ir de encontro a ele.
Para colocar tudo isso em prática, o necessário é
fazer pequenas ações diárias. “Todos os dias você deve realizar algo que te
coloque mais perto das suas metas”, aconselhou ao final da apresentação.
Lei
14.454 - Inconstitucionalidade e seus efeitos no sistema de saúde
A extinção das limitações dos procedimentos que devem
ser oferecidos pelos planos de saúde está descrita na Lei nº 14.454/23. Por
tamanha importância, a programação do 25º Simpósio das Unimeds do Centro-Oeste
e Tocantins incluiu uma palestra sobre o assunto, no terceiro dia de evento,
com o juiz federal e membro do Comitê de Saúde do Fórum da Saúde do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ), Clenio Jair Schulze.
Ele explicou que para incorporar algum tratamento, a
Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) precisa analisar três requisitos:
evidência científica, avaliação econômica e análise do impacto financeiro.
Porém, o Sistema Único de Saúde (SUS) avalia apenas os dois primeiros.
Todavia, o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou que
a ANS tem o direito de fazer avaliação econômica e análise do impacto
financeiro, mas, como criticou o juiz, a imprensa não divulgou tal decisão, o
que causou transtornos a respeito do assunto.
“Não podemos analisar só a lei, mas também as
jurisprudências do Supremo. Ele (o STF) tem várias decisões sobre a saúde
suplementar”, explicou o juiz, mostrando que são vários os requisitos para que
o plano de saúde tenha que acrescentar algo no rol.
“A análise isolada da lei pode ser feita por alguns
advogados (em processos contra operadoras), mas não é o correto”, acrescentou.
O especialista concluiu mostrando que é preciso, portanto, analisar o que é
realmente legal e o que é a litigância predatória.
Em continuidade ao assunto, o juiz de direito do
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) e coordenador do Comitê Estadual
de Goiás do Fórum Nacional de Saúde do CNJ, Eduardo
Perez Oliveira, afirmou que existe uma confusão entre desejo e
direito nas solicitações de procedimentos.
Dessa forma, em um caso de judicialização em saúde, o
juiz deve considerar as definições que possui hoje, mesmo sabendo que a ciência
pode mudar e evoluir.
Ele lembrou ainda que, em ações judiciais assim, o
ônus da prova é do paciente, ou seja, a comprovação da doença rara, por
exemplo, recomendação de órgãos técnicos e evidências científicas. “Justiça não
é pessoa, é fato. Temos que analisar os fatos”, defendeu.
A educação e o processo sucessório nas cooperativas
Na
palestra "Fortalecimento do processo sucessório na cooperativa através da
educação cooperativista", Thais Gerônimo
Duarte, que é relações públicas, doutora em estudos da
linguagem e atua no Sistema Unimed desde 2006, trouxe à tona questões
cruciais para a longevidade e o desenvolvimento das cooperativas.
Com
uma abordagem precisa, ela analisou a distribuição de gerações na medicina
cooperativa, apresentando um estudo sobre a demografia médica, com detalhes
sobre idades e a taxa de distribuição de gerações em uma pirâmide etária, que
demonstrou claramente a importância de compreender as características de cada
geração para o sucesso da gestão cooperativa.
Um
dos pontos de destaque da palestra foi a ênfase na Geração Silenciosa - aquela
com 65 anos ou mais, que desempenhou um papel fundamental na fundação do
Sistema Unimed - e na Geração Baby Boomers, que tem mais de 58 anos. Elas são
caracterizadas como idealistas e coletivistas e trazem consigo valores e
princípios que moldaram o Sistema. Mas, Thais alertou para a necessidade de
considerar a transição geracional.
A
Geração X, que se encontra na faixa etária por volta de 40 a 57 anos, foi
identificada como mais materialista, individualista e competitiva. Essa
diferença de comportamentos entre as gerações pode gerar conflitos e
competições na gestão das cooperativas, algo que precisa ser gerenciado com
sensibilidade e estratégia.
Um
dado relevante também citado foi a crescente participação das mulheres na
medicina. Mas, foi observado que elas ainda são minoria nos cargos de chefia do
Sistema Unimed. Além disso, cerca de 40% dos líderes estão na faixa etária
acima dos 60 anos de idade. Thais ressaltou que "as cooperativas precisam
pensar em um plano de sucessão estratégico para garantir a perenidade das
instituições”.
Para
assegurar uma sucessão tranquila na gestão das cooperativas, a palestrante
enfatizou a importância de observar a movimentação do mercado, reconhecer as
expectativas de cada geração e incluir os novos médicos no quadro de
cooperados. Ela apresentou as propostas do Programa Nacional de Relacionamento
com Cooperado, desenvolvido pelo Sistema Unimed, com base na educação
cooperativista.
"Normalmente,
o cooperado entra na cooperativa sem saber o que é o cooperativismo, mas ele
não pode continuar sem aprender", destacou, aconselhando as Unimeds a
participarem do programa que conta com o apoio de federações, como a Federação
das Unimeds do Centro-Oeste Tocantins, e pode ser customizado de acordo com as
necessidades de cada Unimed.
O
futuro da Saúde Suplementar
Para finalizar o 25º Sueco, os participantes foram
incentivados a refletir sobre o futuro da saúde suplementar, em uma palestra de
Cesar Cardim, superintendente de
regulação da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde).
O especialista mostrou que, na última década, o
investimento em saúde privada se manteve estável. Além disso, os planos de
saúde são responsáveis por 50,8 milhões de brasileiros, o que é equivalente à
população da Espanha. Em 2022, as operadoras brasileiras realizaram 1,8 bilhão
de atendimentos e procedimentos.
Em meio a isso, a sinistralidade aumentou, assim como
as despesas assistenciais por beneficiário. “As operadoras estão destinando
muito mais dinheiro para manter os seus beneficiários”, afirmou, sendo que, nos
primeiros dois trimestres de 2023, o resultado operacional foi negativo.
Segundo ele, os principais desafios que a saúde
suplementar enfrenta são:
●
Longevidade: “se
eu não tiver uma massa de beneficiários jovens, que usam pouco o plano, eu não
terei como sustentar o grupo de idosos. Como atrair e manter esses jovens na
carteira?”, questionou ao público;
●
Novas
tecnologias: os recursos não avançam na mesma velocidade das tecnologias, sendo
que o Brasil tem um dos processos mais rápidos de análise para a integração no
rol da ANS, em comparação com outros países;
●
Judicialização:
em 2022, foram 450 mil novos processos registrados no CNJ sobre aspectos da
saúde, sendo 164 mil envolvendo a saúde suplementar;
●
Fraudes e
desperdícios: a estimativa é que as operadoras gastem cerca de R$ 28 bilhões
para cobrir custos de procedimentos médicos desnecessários, desvios e
irregularidades em contas hospitalares.
Cesar Cardim exemplificou que, em 2022, 55 novas
condutas foram incluídas no rol, sendo o destaque o medicamento Zolgensma,
conhecido como o remédio “mais caro do mundo”, com custo de cerca de R$ 6
milhões para cada paciente com Atrofia Muscular Espinhal (AME). “São drogas e
procedimentos cada vez mais caros, mas para grupos menores. Isso compromete a
nossa previsibilidade”.
As propostas de FenaSaúde para aliviar tais
contratempos são: permissão de oferta de planos ambulatoriais de consultas e
exames; revisão das regras de reajustes das carteiras individuais; estímulo à
atenção primária; e revisão das normas de coparticipação, entre outras
condutas.
Palavra
do Público
Confira o que
os participantes do 25º Sueco acharam do evento
“A cooperativa de anestesiologistas é parceira da
Unimed desde a fundação da Unimed. Nós temos uma íntima relação de trabalho e
uma das grandes forças da saúde suplementar no Estado de Goiás é a nossa
Unimed. Então, é extremamente importante nós estarmos atualizados quanto à
questão de gestão e interação entre cooperativas”.
Haroldo Maciel Carneiro
Presidente
da Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas de Goiás (COOPANEST-GO)
“É o momento de confraternização e capacitação, que visa o aperfeiçoamento e o conhecimento no que se refere às questões da cooperativa e da saúde suplementar como um todo. É um evento ímpar que está agregando conhecimento para todos nós.
A programação tem o tema do momento, que é a Lei Geral
de Proteção de Dados e a tecnologia da informação, que é tendência devido às
inovações.”
Diretor
Administrativo da Unimed Jataí
“A programação está excelente e os temas bem focados na atualidade. Nós, cooperativistas, precisamos discutir esses assuntos que fazem parte da pauta do Brasil, principalmente neste momento da Reforma Tributária. Isso afeta todas as áreas das cooperativas, especialmente das Unimeds, que são prestadoras de serviço. Eu tenho certeza que irá contribuir com a gestão das cooperativas. Sobre a apresentação do maestro João Carlos Martins, ela “conectou a gente e chamou atenção para a questão da saúde mental, pois sabemos que os médicos não cuidam muito da saúde deles mesmos”.
Maria José Oliveira
Superintendente
do Sistema OCB-Sescoop do Tocantins
“É um evento muito bem organizado, com uma grade
programática interessante e adequada ao momento atual que estamos vivendo na
saúde suplementar brasileira, especialmente no Sistema Unimed. A mensagem,
imersão e emoção, é muito adequada porque traz assuntos importantes, como foi
com o maestro. A imersão é porque estamos buscando esclarecimentos e soluções
de assuntos que são caros à Unimed. Eu quero parabenizar o Danúbio Oliveira e o
Sérgio Baiocchi pela brilhante organização desse evento e pelo acolhimento”.
Silvio Porto de Oliveira
Diretor
de Intercâmbio da Unimed do Brasil
“Eu adorei os conteúdos e as palestras, com temas bem relevantes para o nosso dia a dia. Na Unimed (Anápolis), estamos focados em trabalhar o atendimento humanizado, com foco no cliente e as palestras estão relacionadas com isso que temos buscado”.
Gerente
da Área Médica da Unimed de Anápolis
“Excelente evento, com bons palestrantes. Os temas
irão incentivar as cooperativas nas melhorias, inclusive na minha atividade
diária”.
Gerente
executivo de Provimento em Saúde da Unimed Santos
Ao fim do 25º
Sueco, membros da diretoria da Unimed Federação Centro Brasileira fizeram um balanço
sobre o evento, cuja próxima edição acontecerá em 2025, no Mato Grosso do Sul.
“Foram dias
intensos, repletos de aprendizado, troca de experiências e reflexões profundas
sobre os desafios e oportunidades que enfrentamos em nosso setor. Agradeço a
todos que participaram, a nossos palestrantes, aos patrocinadores e apoiadores
e à comissão organizadora. O Sueco é um espaço onde a colaboração, a inovação e
o aprimoramento contínuo são incentivados e celebrados. Através das discussões
aqui realizadas, estamos fortalecendo todas as áreas das nossas cooperativas e
contribuindo para proporcionar o melhor atendimento a todos os públicos”.
Danúbio Antonio de Oliveira
Diretor-Presidente
“O Sueco superou as nossas expectativas. Nós estávamos
sem evento há quatro anos, pois (a 25ª edição) seria em 2021, mas estávamos no
auge da pandemia. Todo mundo estava ávido para ouvir os especialistas, para
estar juntos e comemorar, além de discutir os nossos problemas que são
federativos. Todas as nossas federações estavam aqui representadas e os nossos
problemas, com algumas diferenças, são comuns, como a judicialização e o rol
taxativo. Também tivemos uma maneira de fazer (o evento) que foi muito
agradável, com um ambiente integrado, todos juntos e olhando para o mesmo
lugar. Estou, como vice da Federação, feliz. Ouvi muitos elogios, mas estamos
sempre em busca da perfeição, para não deixarmos de aprender nunca”.
Sérgio
Baiocchi
Vice-presidente
“É emocionante ver a equipe. Os nossos colaboradores foram perfeitos em tudo: programação, organização e logística. O balanço é totalmente positivo. Foi um evento que superou todos os aspectos, por exemplo, mudamos o local porque (o Simpósio) cresceu e ficou muito atrativo. A qualidade das palestras foi muito boa e todos que vieram de fora elogiaram muito. Estou feliz em ter contribuído com essa edição do Sueco”.
Martúlio
Nunes Gomes
Diretor-Superintendente
“A organização do Sueco e o nível de qualidade das palestras foram excelentes. Tanto as palestras técnicas quanto as de gestão foram muito importantes para aprendermos, cada vez mais, a motivar nossas equipes. Foi um divisor de águas e tivemos a alegria da presença maciça dos gestores e do corpo técnico das Singulares”
Éder Cássio Rocha Ribeiro
Diretor de Integração Cooperativista e
Desenvolvimento Institucional
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