Doença corresponde de 10 a 15% dos cânceres que ocorrem no primeiro ano de vida, de acordo com o Ministério da Saúde
O dia 18 de setembro é marcado pelo Dia Nacional de Conscientização e Incentivo ao Diagnóstico Precoce do Retinoblastoma. A campanha tem objetivo de conscientizar sobre o câncer ocular que, embora raro, é o mais comum em crianças. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil enfrenta de 200 a 250 novos casos de retinoblastoma, enquanto globalmente esses números alcançam de 7.500 a 8 mil casos.
De acordo com a Dra. Delise Bigatton Biasi, médica oftalmologista do Hospital de Olhos de Cuiabá (HOC), o retinoblastoma é uma condição frequentemente observada em crianças pequenas, com idade até cinco anos. “Essa doença pode atingir apenas um ou até mesmo os dois olhos, manifestando-se através de um reflexo anormal e branco dos olhos, o que chamamos de leucocoria”, explica a especialista.
Segundo a oftalmologista, entre os sintomas, estão:
- Leucocoria ou reflexo pupilar anormal, "olho de gato": ao tirar uma foto com flash, é normal que as fotos revelem um reflexo vermelho nos olhos, mas se esse reflexo for assimétrico entre os olhos ou com um brilho estranho (olho de gato), é importante estar alerta, pois pode indicar a doença;
- Estrabismo: olho desviado ou "torto";
- Baixa acuidade visual: criança que tropeça ou tromba muito nos objetos. É importante também avaliar a visão de um olhinho de cada vez: oclua um dos olhos e verifique a reação da criança, se ela reclamar ou chorar, pode ser sinal de alguma irregularidade.
A especialista do Hospital de Olhos de Cuiabá (HOC) ressalta que o diagnóstico precoce proporciona maiores chances de cura. “De acordo com a SBOP (Sociedade Brasileira de Oftalmopediatria, graças ao avanço no seu tratamento, as taxas de cura são superiores a 95% com tratamento adequado. O prognóstico depende da intervenção precoce, do tamanho e disseminação do tumor primário, bem como da presença e localização de possíveis lesões metastáticas. Pacientes que detectam o tumor em estágios iniciais podem ser tratados com sucesso por meio de quimioterapia, radioterapia e outras práticas oftalmológicas”, destaca a oftalmologista.
É fundamental que os pais estejam atentos aos primeiros sinais que seus filhos possam apresentar. Além disso, a Dra. Delise destaca a importância de realizar regularmente o teste do olhinho ao nascimento do bebê e um acompanhamento oftalmológico regular até os 6 anos de idade, faixa etária mais suscetível a esse tipo de tumor.