Segundo a OMS, 6% da população brasileira tem esta fobiaPara muitos, dirigir é uma atividade simples, mas não se aplica a todos. De acordo com dados de 2022 da Organização Mundial da Saúde (OMS), 6% da população brasileira enfrenta o medo de dirigir, que tem até nome: amaxofobia. Ainda segundo a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), 80% das pessoas com medo de dirigir já possuem Carteira de Habilitação – cerca de dois milhões de motoristas. Essa limitação pode ser devido a transtorno de ansiedade ou mesmo provocada por traumas. Os sintomas mais comuns incluem pernas bambas, suor excessivo e mãos trêmulas – reações semelhantes à de qualquer situação de extremo estresse ou medo intenso. Mas a boa notícia é que existem soluções para a questão.
Para o psiquiatra e psicoterapeuta Alfredo Demétrio, uma avaliação cuidadosa é crucial para estabelecer um diagnóstico preciso e elaborar o tratamento mais indicado. “Se o medo de dirigir é leve ou se a pessoa dirige, mas enfrenta medo, uma abordagem psicoterapêutica pode ser útil para explorar o tipo de medo envolvido. No entanto, se o medo é intenso demais e domina a mente, tornando impossível sequer pensar na atividade, então estamos lidando com uma condição chamada fobia específica”, explica o especialista.
Quando a ajuda é necessária
Caso o medo, embora desafiador, não alcance o status de fobia é mais fácil ser tratado. O processo inicia-se com a verificação da habilidade real para dirigir. Posteriormente, pequenos trajetos podem ser percorridos sob a supervisão de alguém habilitado. Eventualmente, a transição para trajetos independentes é um passo viável. “Contudo, quando tudo que julgou possível já foi feito e não resolveu é hora de buscar ajuda profissional. A ansiedade intensa que não deixa enfrentar o medo é um indicativo sério. Um diagnóstico médico ajudará a determinar se é realmente uma fobia específica e, nesse caso, um plano terapêutico, inclusive o uso de medicamentos, poderá ser recomendado. O ideal é buscar ajudar quando perceber que a situação está fugindo da normalidade, afinal dirigir é liberdade, uma tarefa que possibilita ir e vir sem depender dos outros”, finaliza.