Especialistas convidados
promoveram debates sobre inteligência artificial, inclusão de pessoas com deficiência
e gestão de carreira
A segunda reunião de 2023 do Comitê Regional de Gestão de Pessoas
da Unimed Federação Centro Brasileira foi realizada em 23 de novembro, reunindo
colaboradores da Federação e de diversas Unimeds federadas, em um encontro
presencial na sede da entidade.
A pauta abordou assuntos que impactam no relacionamento
interpessoal das cooperativas, como mencionou Fabiana Daniel, superintendente
da Federação. “Falamos de inteligência artificial, algo que costuma assustar,
mas que já está presente. Também convidamos especialistas com grande know-how
sobre carreira, como a Cibele Gayoso, que trabalha com a inclusão de pessoas
com deficiência”, descreveu.
A primeira apresentação teve como tema “Inteligência artificial x
Inteligência emocional”, que mostrou como a IA pode automatizar algumas funções
do departamento de Recursos Humanos, até mesmo no momento de fechar contratos.
O bate-papo foi comandado pela analista de Cargos e Salários da
Federação, Lorena Vaz, e pelo assistente da área de projetos, Arthur Oliveira.
Eles mostraram que as ferramentas de IA já estão presentes no dia a dia e não
se tratam de recursos complexos para serem usados. Por exemplo, o ChatGPT, de
criação de textos; Gamma, de formulação de apresentações; e Leonardo AI, de
imagens.
“Existe o medo de que essa tecnologia vá substituir os
profissionais, o que não é verdade, mas nós teremos que mudar nossas
competências para esse mundo de convivência com a IA”, comentou Fabiana.
“O bom desse processo (de uso da IA) é a mescla de competências
nossas e da plataforma, pois são os humanos que geram as instruções”,
acrescentou Lorena, comentando ainda sobre a economia de energia proporcionada
pela IA para essas tarefas que poderiam tomar um grande tempo dos
colaboradores.
Assim, é possível utilizar a inovação tecnológica para a
sustentabilidade do negócio, como ressaltou Arthur. “Existem cerca de 120
ferramentas de IA e esse dado é do mês passado. Agora, esse número deve ser
muito maior. São recursos que precisamos monitorar o tempo inteiro e contar
para as outras pessoas que podem aproveitá-las, pois não podemos lidar com elas
como uma substituição, mas como um apoio”.
Por fim, os especialistas mostraram que inteligência artificial e
emocional não são dois pontos separados. Eles se conectam, pois a maior
inserção das tecnologias no cotidiano influencia na necessidade do trabalho
empático, criativo e com habilidades sociais dos indivíduos que irão comandar
os softwares.
“A IA surgiu para substituir o trabalho que os humanos fazem como
robôs. Assim, podemos ter mais tempo para sermos humanos, em momentos com a
nossa família, por exemplo”, resumiu Arthur Oliveira.
A inclusão da pessoa com deficiência na cooperativa
O segundo tema abordado no encontro foi a inclusão de pessoas com
deficiência nas cooperativas, com palestra de Cibele Gayoso, consultora da
Estilo Empresarial Consultoria.
Ela mencionou que existe um histórico de exclusão e, mesmo com as
evoluções da sociedade, ainda há um inconsciente coletivo que impede a
inclusão.
Assim, há o perigo de surgir um ciclo de adoecimento, sendo que o
distanciamento do mercado de trabalho pode causar sofrimento psíquico na pessoa
com deficiência (PCD), e esses transtornos psicológicos são capazes de afastar
ainda mais a inserção nos empregos.
“Quando tiramos uma PCD de casa e ela começa a receber um salário,
isso promove autonomia e um vigor que nasce na relação com todos os âmbitos da
sociedade”, afirmou Cibele, relatando que as famílias também podem ter a
tendência de evitar que a pessoa entre no mercado, em uma tentativa de
protegê-la.
Porém, é preciso diferenciar a integração da inclusão. O primeiro
termo indica a situação em que as empresas contratam PCDs, mas as segregam dos
demais funcionários, impedindo que o trabalho seja feito adequadamente. Já
incluir é promover um ambiente em que todos conseguem realizar suas
funções.
Tal inclusão está relacionada à equidade, que é oferecer condições
adequadas às necessidades de cada indivíduo. “Depois de contratar a PCD, há um olhar
de empatia pelos Recursos Humanos, como para auxiliá-la na missão de alcançar
cargos maiores?”, questionou a consultora.
É por isso que todos na empresa precisam ser sensibilizados para o
processo de acolhida, o que começa com a seleção adaptada, no entendimento das
necessidades, no estudo da jornada da carreira dentro da instituição e o
mapeamento de oportunidades. Em resumo, “não excluir antes de conhecer”,
esclareceu.
A importância da gestão de carreira
Para finalizar a segunda edição do Comitê Regional de Gestão de
Pessoas, a Unimed Federação Centro Brasileira convidou o fundador da Avante
Consultoria, Milton Marinho, e a gerente de Desenvolvimento Humano da EBM
Desenvolvimento Imobiliário, Sarah Nunes, para orientar os participantes sobre
a gestão de carreira.
A analista de Recursos Humanos da Unimed Caldas Novas, Valquíria
Rodrigues, contou que o conhecimento adquirido durante todo o dia será valioso
para as futuras ações que a federada pretende colocar em prática. “É o nosso
primeiro ano de departamento de Recursos Humanos (na operadora). Por isso,
todos os assuntos abordados são bastante úteis para o crescimento e projetos
que teremos em 2024”.
Já Valdirene Santos, gerente geral da Unimed Araguaína, destacou a
importância de ter momentos como os proporcionados pelo evento para ampliar os
conhecimentos sobre a gestão de pessoas em um cenário em que tudo exige pressa,
o que impacta nos níveis de estresse entre os colaboradores e
produtividade.
“O maior desafio atual de uma organização é desenvolver pessoas.
Isso é o que faz a gestão fluir e caminhar. Então, temos que estar sempre
atentos ao desenvolvimento para que eles (os colaboradores) saibam que são
importantes e que fazem parte do crescimento da empresa”, esclareceu.