Professor da Estácio
explica sobre a relevância de um olhar amplo sobre a prevenção e os impactos
sociais da síndrome da imunodeficiência humana
O
Dezembro Vermelho destaca-se como um período de sensibilização da sociedade
para a prevenção das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), sobretudo
aquelas associadas ao Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), agente que
compromete o sistema imunológico e ocasiona a aids, a síndrome da
imunodeficiência humana.
Durante
os anos de 1980, a AIDS alcançou um ponto crítico e desde então persiste como
um desafio global para a saúde pública. Segundo dados da UNAIDS, em 2021, cerca
de 37,7 milhões de indivíduos conviviam com o HIV no mundo, com aproximadamente
920 mil casos reportados no Brasil.
Júlio
César Coelho, professor de enfermagem da Estácio e especialista em assistência
e avaliação em saúde, salienta que os sintomas podem manifestar-se após anos da
infecção pelo HIV. “Os sintomas, como febre, fadiga, dor de garganta e
linfonodos inchados, podem não se manifestar imediatamente após a infecção”,
pontua o especialista.
Além
dos aspectos clínicos, Júlio destaca que as causas da disseminação do HIV são
multifacetadas. “A falta de informação, acesso limitado a serviços de saúde e a
persistência do estigma social relacionado à AIDS são fatores influentes. Este
estigma transcende a comunidade LGBT+, afetando todas as camadas sociais”,
explica o docente.
Júlio
aponta que o tratamento para a doença objetiva reduzir a carga viral,
preservando a qualidade de vida do paciente e minimizando a transmissibilidade
do vírus. “O tratamento envolve terapias antirretrovirais, controlando o vírus,
mas sem eliminá-lo, podendo causar efeitos colaterais significativos. Portanto,
exige acompanhamento contínuo”, esclarece.
Apesar
do tratamento antirretroviral ser disponibilizado a todos através do Sistema
Único de Saúde (SUS), o Ministério Público reporta que, entre 2011 e 2021, mais
de 52 mil jovens, com idades entre 15 e 24 anos, desenvolveram a síndrome da
imunodeficiência adquirida (aids) após contrair o HIV.
O
enfermeiro ressalta que a AIDS não se restringe apenas a um desafio médico, mas
também apresenta implicações sociais. “O estigma e a discriminação
frequentemente prejudicam a vida das pessoas vivendo com HIV/AIDS, limitando o
acesso a serviços de saúde e oportunidades de trabalho, o que tem sido
refletido no aumento de casos”, alerta.
O
Dezembro Vermelho, portanto, representa uma oportunidade para reforçar a
conscientização e desmistificar estigmas sobre a AIDS, buscando promover uma
compreensão ampliada sobre a condição, visando uma sociedade mais esclarecida,
inclusiva e solidária para todas as pessoas afetadas por essa realidade, conclui
Júlio.