Vista aérea do Porto de Paranaguá - Foto: Rodrigo Felix Leal / Agência Paraná |
Investimento irá contribuir para aumento da capacidade de recepção ferroviária de granéis e melhoria da circulação viária no porto. Expectativa é que as alterações no tráfego reduzam em cerca de 70% as emissões de CO2 na região portuária
Por Secretaria de Comunicação Social/PR (PR)
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento no valor de R$ 495 milhões para a modernização da infraestrutura logística do Porto de Paranaguá, situado no Paraná. O projeto, a ser executado pela Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA), possui investimento total de R$ 647 milhões e tem como principal objetivo a implementação de um sistema de recepção e descarga ferroviária de grãos e farelos nos terminais destinados à exportação, incluindo a adequação do sistema rodoviário e ferroviário na região leste do porto.
Atualmente, a matriz logística da APPA sofre com uma participação de aproximadamente 80% do transporte de cargas realizado por caminhões, gerando congestionamentos e poluição na região. "Essa iniciativa se insere no contexto do projeto BNDES Azul, que envolve o apoio a diversas frentes relacionadas à economia do mar, inclusive em infraestrutura. Este projeto aprovado tem como foco não apenas aprimorar a eficiência operacional, mas também minimizar o conflito Porto-Cidade. Espera-se que as alterações no tráfego reduzam em cerca de 70% as emissões de CO2 na região portuária", explica o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
O BNDES conta hoje com cerca de R$ 22 bilhões em carteira, relacionados à economia azul. Deste total, R$ 13,6 bilhões são para projetos de docagem, embarcações de apoio, estaleiros e navios petroleiros. Outros projetos, de transporte marítimo, portos, terminais e embarcações respondem por R$ 7,7 bilhões de apoio. Para o setor de turismo marinho e costeiro, o Banco tem em carteira R$ 296,7 milhões e, para o apoio a projetos de recuperação de manguezais, são R$ 47 milhões no âmbito da iniciativa Floresta Viva, em parceria com a Petrobras.
"Além dos benefícios logísticos e econômicos, o projeto promete trazer impactos positivos do ponto de vista ambiental e social, contribuindo para a redução da emissão de gases do efeito estufa e melhorando as condições de tráfego na região", acrescenta Luciana Costa, diretora de Infraestrutura e Mudança Climática do BNDES.
Os principais impactos esperados com a operação contemplam o aumento da capacidade de recepção ferroviária de granéis (de 7 para 24 milhões de toneladas anuais), a eliminação da necessidade de locomotivas e vagões realizarem manobras complexas e a melhoria na circulação viária da região portuária, com a redução de 16 para 5 cruzamentos da linha férrea com as vias urbanas e com a expectativa de diminuição significativa no tráfego de caminhões.
O projeto também visa liberar áreas internas nos terminais para possíveis melhorias operacionais, ao eliminar ramais ferroviários individuais, e diminuir o tempo de permanência de vagões, locomotivas e caminhões para descarga, aumentando a eficiência.