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Desenvolvimento humano sem saúde mental é uma conta que não fecha

 


* Por Viviane Linzmeyer

 

A saúde mental é crucial para o bem-estar de um trabalhador. A falta dela pode prejudicá-lo em seu desenvolvimento dentro da empresa. Se o ambiente não contribui para este equilíbrio, serão enormes as dificuldades desse profissional para engajar-se e comprometer-se com o resultado que esperam dele.

A falta de saúde mental nos trabalhadores pode levar a questões muito sérias, que vão além de um profissional frustrado – o que é um detrator da imagem da empregadora – clima organizacional ruim e alto índice de turnover. São cada vez mais comuns os casos como burnout, crises de pânico, ansiedade, entre tantos outros problemas.

Tanto empresas como colaboradores podem buscar mais saúde mental e ajudar-se mutuamente. Pessoas querem ser ouvidas, sentir-se parte, ter espaço para se desenvolver. Querem se divertir, se conectar com os outros e ter autonomia. Um clima organizacional que potencialize isso nas pessoas contribui fortemente para a saúde mental.

Um profissional se desenvolve e cresce dentro da empresa quando é desafiado em suas habilidades, a uma certa medida, de modo que alcance foco e concentração. Além disso, um ambiente que permita a comunicação aberta e transparente gera maior segurança psicológica. Se a empresa não se preocupar em oferecer desafios que engajem o time, onde cada profissional possa colocar suas habilidades a serviço, ela não terá colaboradores motivados e que trabalhem em alta performance.

É muito importante ter uma equipe de trabalho engajada. Mas como desenvolver isso? Bem, primeiro de tudo, é preciso entender que uma equipe engajada tem oportunidade de realizações e de conquistar os resultados desejados, o que é um dos melhores benefícios que uma empresa pode ter. Sempre digo que o engajamento é construído a partir da clareza que cada trabalhador tem da sua contribuição para o objetivo do negócio e à medida que se sente parte disso. Quando estamos engajados, aumentamos a liberação de dopamina, que está diretamente ligada ao nosso sistema de recompensa no cérebro.

Assim, é importante que o trabalhador tenha clareza da recompensa (e não estamos falando aqui somente de financeira). Ele precisa saber qual o tamanho dessa recompensa e em quanto tempo a receberá. Quanto mais informação e certeza sobre o objetivo e a recompensa pela tarefa concluída o trabalhador tiver, maior a probabilidade de se engajar.

O trabalhador pode aumentar o engajamento sozinho também, sem esperar ações motivadoras vindas da empresa. Uma boa estratégia é ter clareza das habilidades que tem, bem como pontos fortes e de melhoria. O autoconhecimento é um caminho importante para poder saber o motivo de fazer o que faz. Isso pode ser feito por meio de leituras, reflexões, processos de coaching e terapias. Um dos maiores benefícios é que a pessoa trabalhará alinhada com seus valores, motivações e habilidades. Isso vai fazer dela uma profissional que trabalha em alta performance.

Um colaborador motivado faz o trabalho com foco no objetivo, e a recompensa, muitas vezes, é a satisfação por concluí-lo e pertencer. Se está motivado, engaja o time, agrega e colabora com os demais. Do contrário, muitas vezes não entenderá qual seu papel no negócio. Isso é fonte de insatisfação e prejudica diretamente nos resultados da empresa.

Portanto, da parte do colaborador que queira desenvolver melhor as habilidades e relacionamentos de trabalho, a sugestão é: conheça a si próprio. Pergunte-se: o que me desafia e desestabiliza? Que essa pessoa tenha clareza dos objetivos e disponibilidade para ouvir. Que seja um curioso e que busque possibilidades. Bom humor e humildade também são fundamentais e não fazem mal a ninguém.

* Viviane Linzemeyer é consultora na área de desenvolvimento humano, associada à Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha (AHK Paraná).

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