Ardência, vermelhidão e coceira nos olhos são alguns dos
sintomas que costumam aparecer depois de horas em frente aos eletrônicos
Segundo a Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO), cerca
de 90% das pessoas que passam mais de três horas em frente às telas apresentam
algum sintoma que afeta a saúde ocular. Isso porque, quando utilizamos
computadores, smartphones, tablets e TVs, costumamos piscar menos e a
lubrificação dos olhos fica prejudicada.
“Quando a pessoa pisca, a pálpebra distribui a lágrima na
superfície ocular, formando o que chamamos de filme lacrimal, que possui três
camadas: uma mais superficial, composta de gordura produzida pelas glândulas
que existem nas pálpebras; uma aquosa e outra mais interna, que é uma camada de
muco intimamente ligada à superfície do olho”, esclarece.
Com a redução do gesto de piscar, a lubrificação dos olhos
fica comprometida, gerando os sintomas do olho seco.
O oftalmologista explica que há dois tipos básicos de olho
seco:
• Deficiência
aquosa: relacionado a doenças, como artrite reumatoide, lúpus eritematoso
sistêmico e outras condições reumáticas.
Segundo ele, alguns medicamentos, como anticoncepcionais,
antidepressivos e anti-hipertensivos também contribuem para uma diminuição na
produção de lágrimas. A lista de outras situações responsáveis pela Síndrome do
Olho Seco inclui ainda a baixa umidade do ar, a poluição e ambientes com
ar-condicionado ou fumaça de cigarros.
Para evitar a Síndrome do Olho Seco causada pelo uso
excessivo de telas, é preciso não exagerar neste hábito. “Orientamos pausas de
5 a 10 minutos a cada uma ou duas horas. Também é preciso atenção à posição do
monitor. Com a tela na linha dos olhos ou acima dela, a pessoa tende a ficar
com os olhos mais abertos, o que aumenta a evaporação e a possibilidade de ter
olho seco. Então, o ideal é deixar a tela mais baixa do que a linha dos olhos”,
orienta Paulo Ricardo de Oliveira.
Além das medidas preventivas, o tratamento é feito com
colírios umidificantes. “Existem os colírios com conservantes e os sem
conservantes, indicados para aplicar várias vezes por dia, inclusive por quem
usa lentes de contato. Há também medicamentos em forma de gel, recomendados
para uso noturno”.
O médico oftalmologista ressalta que independentemente da
causa, o problema tem tratamento, porém, que cada forma de tratar é
individualizada, definida de acordo com as causas, sintomas e atividades do
paciente. “Tudo isso é levado em consideração pelo especialista na hora de
prescrever o tratamento”.