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Opinião| Competitividade do mercado: a Reforma Tributária e seus impactos para as empresas




Por Yan Cesar de Melo, Sócio Diretor do Núcleo Tributário – Melo Advogados Associados

A proposta de reforma tributária é um dos temas mais relevantes no cenário econômico brasileiro, desafiando as empresas a repensarem seus custos, investimentos e estratégias de expansão. Para Yan Cesar de Melo, a mudança vai além de ajustes pontuais e pode alterar profundamente a gestão corporativa.

  1. Impacto dos custos operacionais na competitividade

  • Necessidade de caixa:
    O aumento ou a mudança na forma de incidência dos tributos pode pressionar a liquidez, forçando o uso de crédito de curto prazo ou antecipação de receitas, encarecendo as operações e exigindo um planejamento financeiro rigoroso.

  • Pressão sobre preços:
    Em setores com margens reduzidas, parte dos custos tributários tende a ser repassada ao consumidor, o que pode afetar a competitividade se o mercado não absorver o aumento.

  • Redução da margem de lucro:
    A elevação dos custos pode comprimir as margens, forçando a empresa a sacrificar lucros para preservar sua participação de mercado.

  • Adaptação da oferta:
    Para compensar o novo cenário, pode ser preciso reformular o portfólio, priorizando itens mais rentáveis e renegociando contratos.

  • Reestruturação logística:
    Alterações na tributação podem impactar rotas de distribuição e a localização de filiais, tornando a redução dos custos logísticos essencial.

  • Adiamento de investimentos:
    A incerteza fiscal pode levar ao adiamento de projetos de expansão e modernização afetando a capacidade de inovação e a competitividade.

  • Busca por novos modelos de negócio:
    O aumento dos encargos pode estimular a busca por alternativas, como plataformas digitais, franquias e parcerias, abrindo novas fontes de receita.

  • Melhorias operacionais e renegociação de contratos:
    Programas de eficiência, revisão de processos internos e atualização dos sistemas de gestão (ERP) tornam-se cruciais para lidar com a complexidade tributária e ajustar termos comerciais a uma nova realidade de custos.

  • Redução de intermediários e seleção de fornecedores:
    A eliminação de intermediários e a reavaliação do mix de fornecedores podem reduzir custos e otimizar a cadeia de suprimentos.

  • Mudanças estratégicas:
    O conjunto de ajustes provocados pela reforma pode levar a alterações estruturais na estratégia corporativa, redirecionando investimentos e revisando áreas de atuação.

  1. Fusões, aquisições e a redefinição do valor empresarial

  • Expansão e múltiplas filiais:
    Se a tributação incidir principalmente onde a mercadoria é consumida, as vantagens de ter unidades em regiões com menor tributação tendem a diminuir, podendo levar à centralização das operações.

  • Custo operacional da estrutura de expansão:
    A manutenção de filiais em diversos estados envolve altos custos logísticos, administrativos e de adequação às legislações locais, que podem não mais compensar os benefícios fiscais.

  • Revisão de estratégias de aquisição:
    Em processos de fusões e aquisições, o valuation das empresas passará a considerar a eficiência de cada filial, com foco na redução de custos operacionais e na otimização logística, pois os incentivos regionais terão menor peso.

  1. Estratégia fiscal e planejamento de longo prazo: uma abordagem inovadora

  • Reestruturação logística:
    A mudança na incidência dos tributos exige uma revisão das rotas de distribuição, dos centros de armazenamento e da localização de unidades produtivas. A centralização de estoques ou a criação de hubs regionais pode se tornar mais vantajosa.

  • Revisão de benefícios fiscais:
    Incentivos concedidos por determinados estados ou municípios podem ser revistos, forçando as empresas a reavaliar suas estratégias de produção e distribuição, inclusive com a possível migração para regiões mais próximas dos mercados consumidores.

  • Inovação e governança fiscal:
    Um planejamento tributário dinâmico, aliado à tecnologia e à capacitação interna, é fundamental para gerenciar riscos e identificar oportunidades de otimização. A automação de processos e o uso de business intelligence permitem decisões mais ágeis e seguras.

  • Construção de cenários e auditorias internas:
    Elaborar diferentes cenários e realizar auditorias frequentes ajudam a antecipar problemas e a ajustar estratégias eficazmente, minimizando o impacto das incertezas tributárias.

Conclusão

A reforma tributária, conforme analisada por Dr. Yan Cesar de Melo, impõe mudanças profundas que podem redefinir a competitividade das empresas. A reorganização das operações, a revisão de estratégias e a reavaliação dos benefícios fiscais exigem uma visão estratégica de longo prazo, aliada à execução ágil e inovadora. Transformar incertezas em oportunidades dependerá da adoção de novas tecnologias, da revisão dos processos logísticos e de um planejamento tributário robusto.

Yan Cesar de Melo | Sócio Diretor do Núcleo Tributário – Melo Advogados Associados

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