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Cardio 360: evento supera expectativas e promove avanços na cardiologia com balanço positivo

 


Com o tema “O futuro da cardiologia ao seu alcance”, a terceira edição do Cardio 360 encerrou na tarde de sábado (5/4) trazendo conhecimento, tendências, novidades e compartilhamento de experiências. Durante os dois dias de encontro, circularam pelo Center Convention, em Uberlândia, palestrantes renomados e mais de 500 pessoas, entre estudantes, cardiologistas, geriatras, endocrinologistas, nutrólogos, clínicos gerais e outros profissionais da área da saúde.

A abertura do evento, que aconteceu no dia 4 de abril, foi realizada pelos idealizadores do Cardio 360, os cardiologistas João Lucas O'Connell e Leonardo Severino.

Com o auditório lotado, o Dr. João Lucas iniciou sua fala destacando a importância do congresso, que conta com o apoio científico da Sociedade Mineira de Cardiologia e da Regional do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba da mesma instituição. Ele ressaltou que o encontro reúne profissionais renomados de todo o Brasil, que são referências científicas na área de cardiologia. “Nosso objetivo é debater as inovações mais recentes no diagnóstico e tratamento das principais doenças cardiovasculares e posicionar nossa cidade como um polo de referência em inteligência artificial aplicada à medicina”, afirmou o Dr. João Lucas.



O Dr. Leonardo Severino também fez questão de saudar os participantes, expressando sua gratidão aos patrocinadores e apoiadores do evento. Ele destacou a enorme responsabilidade envolvida na organização de um evento de tamanha magnitude e enfatizou a singularidade do Cardio 360. “Este é um evento ímpar, que une a comunidade acadêmica, médicos, especialistas e alguns dos maiores expoentes do Brasil em cardiologia e pesquisa clínica. Estamos aqui para aprender com pessoas extremamente qualificadas, que trarão um vasto conhecimento e experiência, enriquecendo ainda mais nossa jornada de aprendizado”, disse.

Inteligência Artificial

A primeira palestra do evento trouxe um tema de extrema relevância: Inteligência Artificial (IA) e Medicina: onde estamos e para onde vamos? O cardiologista Roberto Botelho apresentou diversas ferramentas inovadoras no campo da medicina. Ele destacou que, para os médicos, é essencial estar integrado a essas novas tecnologias, afirmando que, sem isso, a prática médica estará em risco nos próximos três anos.

O cardiologista explicou como a IA já está sendo utilizada para transformar a medicina. “Temos, por exemplo, IA capaz de detectar infartos por meio de um relógio inteligente, uma patente que já está em operação. Além disso, há sistemas que analisam dados e processos, e em unidades de emergência, se um paciente foge do protocolo, o sistema detecta e corrige automaticamente. Temos também uma ferramenta de IA que conversa com os pacientes por apenas seis minutos para classificar o risco individual, orientando o paciente dentro da organização. “Essa tecnologia está presente em todas as redes hospitalares do Brasil, incluindo o UMC", destacou. Segundo o Dr. Roberto, na área de pesquisa clínica, a IA permite identificar, em segundos, os pacientes candidatos a protocolos de pesquisa. Ele também falou sobre uma plataforma que combina pesquisa e ensino, conectando mais de 2,7 milhões de médicos ao redor do mundo, utilizando inteligência artificial para aprimorar práticas médicas. Estamos apenas no começo de uma revolução tecnológica que vai transformar radicalmente o setor”, enfatizou Botelho.

Além da palestra de abertura, o primeiro dia de congresso, trouxe outros três simpósios para abordar os impactos recentes na cardiologia mundial, a atualização em abordagem minimamente invasiva das valvopatias e reabilitação cardíaca pós-infarto, intervenções percutâneas em cardiopatias valvares e os efeitos da testosterona no risco cardiovascular.     


No segundo dia (5/4), foram realizados 10 simpósios para estudantes da Liga, abordagens contemporâneas da IC e Fração de Ejeção Preservada, diagnóstica e terapêutica da oclusão do apêndice e da fibrilação atrial e outros temas. Nos dois dias de Cardio 360, participantes de Uberlândia e vindos de São Paulo, Belo Horizonte, Uberaba, Araguari, entre outras cidades, frequentaram as mais de 60 palestras de profissionais renomados que compartilharam seus conhecimentos em 14 simpósios, cobrindo mais de 30 tópicos relevantes para a cardiologia moderna.

Quem também marcou presença no evento foi o presidente da Sociedade Mineira de Cardiologia, Luiz Guilherme Passaglia. Ele destacou que a revolução na velocidade da informação está transformando a medicina. “Antes, trabalhávamos com base na experiência, mas hoje a medicina é conduzida por dados. No entanto, em nenhum momento os médicos foram preparados para lidar com essa tecnologia e a ciência dos dados. Precisamos estar preparados para lidar com essas novas ferramentas, que exigem habilidades que vão além do que é ensinado nas faculdades de medicina. A educação precisa evoluir, começando pelo ensino médico, para que os futuros profissionais da saúde estejam preparados para enfrentar esses desafios”, declarou.

Passaglia também apontou que eventos como o Cardio 360 são fundamentais para a formação contínua dos médicos. “Esses eventos são essenciais para trazer novas informações e manter os médicos, que estão no contato direto com os pacientes, atualizados com o que há de mais inovador. Nosso objetivo é garantir que os profissionais tenham acesso ao conhecimento necessário para realizar a melhor prática médica”, frisou.

Jornada acadêmica 

Paralelo as discussões voltadas para profissionais da área, de forma inédita, a jornada acadêmica realizada anualmente dentro da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), aconteceu no Cardio 360. Os simpósios contaram com a participação de outras ligas acadêmicas de cardiologia da região, como as de Uberaba, Araguari, Patos de Minas, entre outras.

O estudante do sétimo período de medicina da UFU, José Jorge Paiva Ríspoli Neto disse que participa da Liga Acadêmica há dois anos. “Acho muito interessante porque é um evento que engloba tanto estudantes quanto médicos formados. É um evento que foca muito na atualização da cardiologia mundial. Inclusive tem atualizações do congresso europeu que vão ser discutidas. Acredito que eventos assim nos deixa atualizados”.

Gabriela Mendonça de Oliveira, que está no quinto período do curso de medicina, disse que o Cardio 360 é o primeiro evento como participante da Liga. “É de extrema importância participar porque a gente tem contato com um ambiente não só educacional, mas profissional também. A gente também consegue ter contato com outros estudantes de outras universidades, bem como com profissionais e ter contato com os temas da atualidade referentes à cardiologia”, conclui a estudante.

“Estamos muito satisfeitos com o sucesso da terceira edição do Cardio 360. O cuidado com a saúde humana exige, a cada dia, mais conhecimento, inovação e investimentos em novas tecnologias. Reconhecemos nossa responsabilidade, tanto conosco quanto com as futuras gerações de profissionais da área, e por isso não poupamos esforços para promover eventos como este, que trazem resultados tão positivos. É gratificante ver o impacto que essas iniciativas têm no aprimoramento contínuo de todos os envolvidos”, concluem os cardiologistas João Lucas O'Connell e Leonardo Severino.

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